Ah... A mulher de 40! A famosa quarentona, não é?!
A ciência e a tecnologia evoluíram tanto, mas o
pensamento do ser humano continua o mesmo. Que triste!
Aqui vai uma história de superação. De uma mulher que não se importou com os rótulos dados pela sociedade. Que foi atrás dos seus objetivos quando achou que era a hora certa.
Esta história poderia ser para argumentar que a mulher
de 40 é muito injustiçada pela sociedade.
Muitas delas, se casadas e têm filhos, o comentário é
que estão acabadas e seus maridos aparentam ter dez anos a menos.
Outras tantas que permanecem solteiras e com filhos, o
falatório é proclamar serem insuportáveis, nenhum homem aguenta, por isso estão
“mãe solteira”.
Se é solteira e sem filhos, mas resolve ser mãe
independente, dizem ser metida a autossuficiente.
Para as que são solteiras e sem filhos, as más-línguas
decretam que não tem namorado porque são lésbicas e ficarão para titia
solteirona mesmo.
Por fim, se realmente é lésbica, é porque faltou homem para lhe mostrar o
que é bom. Sim, falta de experimentar um homem.
Mas esta história é sobre superação. Sobre não deixar os outros definirem quem você é.
Com Simone foi assim... Curtiu a vida até seus 38
anos. Daí em diante, decidiu ter uma família.
Primeiro pensou em fertilização “in vitro” de doador
de esperma. Queria ser mãe antes dos quarenta chegar.
Uma amiga a alertou que a criança cresceria e
questionaria quem seria seu pai. A idéia foi tristemente descartada. Simone concluiu
que não teria forças para suportar a esta pergunta. Não queria ser egoísta com
a criança.
Depois ofereceu a um amigo homossexual para que ele
fosse pai de um filho seu. O amigo declinou o convite. Não se pode forçar a
alguém a ser pai, não é mesmo?
Por fim, resolveu seguir o conselho de outra amiga e
cadastrou-se num site de relacionamento na Internet.
Porém, os 40 anos chegaram. Pronto! Já estava vinculada ao destino dado pela sociedade: lésbica, solteirona, titia.
Decidida a ter sua própria família, continuou marcando
encontro pelo site de relacionamento. A meta é não desistir do seu sonho.
Ficou dois anos conhecendo rapazes de todos os tipos.
Teve o que era apaixonado pelo padre cantor que faz
sucesso no país todo. Era tanto padre para cá e padre para lá que Simone
suspeitou que essa história não acabaria bem para ela.
Houve o consultor bem-sucedido financeiramente e recém
separado da esposa. Tinha três filhos adolescentes e por isso não desejaria ter
mais nenhum. Totalmente na maré contrária aos desejos de Simone.
Apareceu aquele que disse à Simone que achava que ela
estaria interessada em seus bens. Sim... Ela passou por esta humilhação.
E na mesma toada, ainda conheceu um rapaz que disse
que se casaria somente com uma mulher que pudesse lhe ajudar a acabar de
construir sua casa. Nova humilhação.
E, entre outros, houve o moço que afirmou que não
ficaria com Simone por achá-la chatinha. Cha-ti-nha! No diminutivo. Bem...
Era um direito dele...
Foi então que, aos 41 anos, conheceu pelo site um
rapaz alto, magro, com lindos olhos azuis. Foi amor à primeira vista. Por parte
dela, é claro!
Seria esse moço o seu par perfeito?
E foi assim que Simone, aos 42, casou-se. Diante de Deus e dos homens, uma cerimônia simples, mas que exalava a alegria dos noivos.
Cartório, igreja, festa. Ufa! A solteirona não é
lésbica!
Aos 43 engravidou-se de seu marido. Ufa, parte 2: a solteirona
não é lésbica e gerou um filho. Não vai mais ficar para titia.
Aos 44 anos Simone tornou-se mãe. O ápice da
felicidade para ela! A realização de um sonho! Ganhou um anjo! E agora
ufa, parte 3: a solteirona agora é esposa e mãe.
44 anos e seu sonho realizado: uma família!
Enquanto Simone, seu marido e seu filhinho vivem suas vidas como uma linda família, a sociedade já escolheu outra mulher de 40 para taxar.
E assim caminha a humanidade!