A alegria da tia da roupa estampada

A alegria da tia da roupa estampada


Na sua família também tem alguma tia que é pura felicidade?

Alina era a tia mais alegre que se podia ter. Iluminava o ambiente que estava.

Uma bailadeira. Gostava mesmo era de dançar um forró. Ensinou o ritmo a vários sobrinhos e sobrinhas.

Tomava conta de um salão. Dançava com todo tipo de gente. Crianças, moças, rapazes, idosos, idosas. Não se com importava quem era o par. Só queria remexer o esqueleto.

Diversão era seu maior objetivo. Transbordava felicidade e, graças a Deus, contaminava as pessoas a sua volta.

Não havia festa de Natal triste quando se tinha a tia Alina para bailar com a parentada toda. Era um contentamento tê-la na ceia. Ninguém ficava parado.

Tinha fama de fuxiqueira, mas que nada.

Alina sabia bem era puxar um assunto. Agora, se a pessoa quisesse estender a conversa, aí a tia dançarina aproveitava para especular um pouquinho...

Já que segredo não se deve contar a ninguém, se alguém contasse um fato para Alina então já não era mais segredo, correto?

Sua piscadinha de rabo de olho era sinal de que conseguiu a informação que queria. A titia só repassava os dados fornecidos. Sabia manipular bem um diálogo.

Sua casa, com vários quartos espaçosos e aconchegantes, sempre foi refúgio para os sobrinhos que moravam em outra cidade. Dormir na casa da tia Alina era sempre uma festa.

Gostava de receber visitas com café quentinho e aquele bolo de fubá feito na hora. Hum que delícia!

Macarronada era sua especialidade. Fazia aquele espaguete de espessura grossa com um molho à bolonhesa inesquecível. Não precisava de mais nada para o almoço.

Adorava agitar um piquenique, mesmo quando chegava em lugares impróprios que seu marido escolhia, como na praia embaixo de uma placa de “proibido fazer churrasco” e a carne já assando na brasa. 

Só queria se divertir. Sua alegria era contagiante.

As estampas da alegria

Contudo, a presença de Alina tinha uma marca singular: o traje estampado!

A tia mais alegre de espírito era a mais florida na vestimenta.

Era um modelito mais vistoso que o outro.

E, muitas das vezes, a blusa com uma estampa diferente das cores da saia. Um show de imagens descombinantes!

Tinha também xadrez embaixo, florido em cima. Oncinha na camisa, bolas na calça. Sem problemas. O que importava era se a roupa estava confortável.

A maquiagem também era marcante. Batom vermelho não podia faltar. Lápis no olho destacava seus olhos verdes.

Alina? Nem ligava para as críticas. Sentia-se linda e assim ia para todo lado. Todos os dias. Era sua marca registrada!

As lições da tia Alina

Por trás daquela mulher alegre, iluminada e colorida estava uma tia guerreira que com sua simplicidade ensinou aos seus sobrinhos lições importantes para a vida toda.

A primeira e mais importante é que o amor incondicional de uma mãe pode ser extraído de fora do útero, vindo de dentro do coração.

Assim que teve a oportunidade a tia Alina dividiu a atenção e o amor que tanto distribuía aos sobrinhos com a menina mais doce e abençoada que Deus pode oferecer-lhe.

Não foi gerada dentro de si, mas foi gerada para si. E cuidou e amou essa garotinha como a melhor mãe do mundo que conseguiu ser. Consequentemente, recebeu o amor verdadeiro de uma filha que tanto merecia.

Outra lição que deixou a todos foi que a vida tem que ser vivida com simplicidade e alegria. Não se precisa de muito para se vivenciar bons momentos com os parentes e amigos.

Um bom arrasta-pé já faz a alegria da galera. Deixa a música contagiar o ambiente.

Uma boa e divertida conversa acalmam o coração de qualquer um. Titia era boa de papo.

Um carinho, especialidade de Alina, acalenta qualquer mente inquieta.

Roupa chique, bonita, elegante para quê? Se a pessoa está feliz e confortável com seu festival de cores, isso que importa.

Por fim, Alina ensinou o que muitos catedráticos tanto doutrinam... O bom relacionamento com as pessoas abre portas.

Conversava ora com um, ora com outro. Especulava daqui, esmiuçava dali.

O fato é que sua lista de contatos era gigantesca, o que facilitava ajudar quem a procurasse para indicações de pessoas com interesses semelhantes.

Tia Alina nunca se beneficiou da Internet para isso. Seu “networking” foi construído naturalmente, na base da boa fala persuasiva que tinha.

A alegria da tia do traje florido deveria fazer parte de todas as famílias para que sua história e seus ensinamentos nunca fossem esquecidos.

Feliz do sobrinho que a teve Alina como tia.

Feliz da família que a teve colorindo a vida de todos.

 








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